terça-feira, 2 de dezembro de 2008

ânsias de vômito

Estou enojada.

02/12/2008 - 12h57
Justiça condena Daniel Dantas a dez anos de prisão por tentativa de suborno

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u474156.shtml

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Por Bruna Lombardi

"é o caos
a ordem espontânea da natureza"

sábado, 15 de novembro de 2008

A pedidos: o alfa bisabolol

O alpha bisabolol é um destilado do óleo de candeia (Vanilos mopsis erytropata) que aplicado na pele impede a penetração de cercarias de schistossoma. É um antiinflamatório que pode ser utilizado em produtos infantis.
Dias desses Pavão me contou uma história picante. Saiu com uma mina linda e inteligente que de cara declarou seu amor. Ele riu achando que a mina era também bem humorada. Mais tarde, nos momentos do fulgor a advogada, 27 anos, loira e safadinha sussurra em seu ouvido que é virgem. Diz o Pavão que na hora pisou no freio abs a disco super power. Mina maluca!
Ele, homem das ciências e do pensamento alquímico quis entender tamanha dádiva antes de recebê-la. A mina relatou que se ligou a ele no momento em que ele pronunciou as palavras alfa bisabolol. Dá pra acreditar? Eu não acredito em uma palavra da mina.
Um pensamento tosco relacionando uma situação e as palavras alfa bisabolol veio na minha mente e há três dias estou rindo.
Pensando bem, talvez alfa bisabolol sejam duas palavras mágicas, apaixonantes segundo a alteridade de seus sentidos. He he, talvez.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Aventuras no Planeta Terra

2008 foi um ano maravilhoso para quem curte o rock. O Planeta Terra fechou o ano com chave de ouro.
Saímos de Brasília com um calor escaldante e chegamos em São Paulo sobre uma chuva torrencial que nos obrigou a voar por uma hora sobre o aeroporto antes de aterrisarmos. São Paulo estava um caos. O trânsito parado e os taxis não conseguiam chegar ao aeroporto. Estávamos fumando um cigarrinho e decidindo o itinerário enquanto várias funcionárias do aeroporto batiam fotos e pediam autógrafos para um moço bonito. Curiosa perguntei aos companheiros de pito quem era a figura. Eles me disseram que era o galã da novela dos mutantes. Me perguntarem se eu não acompanhava a novela. Eu respondi que aqui em casa não temos televisão. Os caras não acreditaram e perguntaram o que eu fazia no meu tempo de ócio. Eu respondi que lia e fazia outras coisas. Aí os operários sacaram um discurso que me deixou pasma: eles sabem que na TV só tem mentiras, que o jornal nacional é uma visão da realidade, que a TV emburrece (palavaras deles) mas que eles gostam de se dopar na frente dela porque ajuda a passar o tempo da vida dura. Depois desse diálogo começarei a carregar umas cópias do Discurso da servidão voluntária. Não posso perder a oportunidade de planfetar reflexões.
Decidimos chegar ao metrô de ônibus visto que não apareceu um táxi em meia hora. A viagem de ônibus foi tranquila e a pequena adorou. Dentro do ônibus um cobrador falava para o outro como é legal cursar a faculdade e como o estudo abre a cabeça e como o diploma pode gerar outras oportunidades de trabalho. Ele de cobrador agora trampava num escritório na Paulista. Olha aí o pensamento escolarizado, a confusão do método com essência, diploma com sapiência.
Voltar para a terra natal é sempre muito bom. Minha terra tem postes, onde canta o sabiá. Os sorrisos que aqui afloram, não afloram como lá.
A família vai muito bem, obrigada.
No sábado após o tradicional churrasquinho rumamos novamente para a capital morrendo de medo da chuva, que por Graça não caiu.
O festival rolou em um espaço muito legal, com galpões, sem fila para a cerveja e um mini mercado mix bem descolado onde comprei os botons rockers prometidos aos meus alunos.
O primeiro show foi da Malu Magalhães. Eita show chatinho. Além de cantar em inglês a mina poderia fazer o cover dos Mutantes.
O show do Animal collective foi marcante. Nosso amigo e companheiro de rock queria uma classificação para o som dos caras. Ficou satisfeito quando foram rotulados com o eletro rock experimental.
Queria ter curtido os Foals mas no outro palco o Jesus and the Mary Chain estavam arrasando então sem sombra de dúvidas decidi voltar aos meus 15 anos e dancei o show inteiro. Que emoção! Viva o poder rejuvenescedor do Rock!
Na sequência, no mesmo palco rolaram o Offspring que curtíamos em 97 nas reps como bem lembrado nossso companheiro que neste ponto já estava transmutando de Dr. Jackill
para Mr. Hide e nos abraçando italianescamente. Foi impossível não pular o show inteiro apesar da vontade de curtir os Spoons. Meu companheiro do rock disse que os Spoons foram demais, energizantes. Dr. JackieHide não se conformou com a separação do trio e exclamou: "_ Pô como é que o cara preferiu ver 1/3 da banda e foi ver a outra? Este é o som que rola no meu carro!" Pois é, Spoons rola no dele. Viva a diversidade do Rock!
Agora era o impasse: Breeders ou Bloc Party?
O meu racional: você já viu Breeders em Curitiba.
O show do Bloc party começou bem devagar. Os caras são estavam tão bem de palco naquele dia. Sei lá... o clima do palco é diferente do clima do clipe, do estúdio. Uma coisa uma coisa, outra coisa, outra coisa. Não dá pra trazer o clipe para o palco. Os caras tinha 15 minutos para me apaixonar...
Meia noite em ponto estávamos no meio, na direção da terceira coluna para o show. A Kim Deal sempre linda e doce encantou o público e todos sorriam e dançavam. Céu.
Encontramos nosso amigo que nesta etapa falava línguas.
No momento de harmonia e felicidade bolamos nosso discretinho quando visualizo outra diva, uma que eu curtia no início dos 90. Meu coração bateu mais forte e não pude deixar que cochichar para o meu gato:"_ Aquela diva!"
Seus amigos se aprochegaram e mantivemos um contato. Não foi um encontro no sentido Buberiano. Ela é encanada com os fotógrafos. Os amigos escudeiros compartilham. Eu também seria. Todos falam dela, poucos devem falar com ela. Viver num mundo onde as relações Eu-Isso predominam sob holofotes, onde uma nação tem a relação Eu-Isso com a sua imagem idealizada (que é uma parte de você) deve ser extremamente opressor. Tem que amar muito a profissão e ser muito forte e bem humorado para segurar a onda. Quando meu gato sacou a máquina fotográfica para a nossa clássica foto com o palco ao fundo, eles volatilizaram com o ar. Perdi mais uma oportunidade de panfletar o La Boitie.
Mas valeu a presença. Duas divas do rock ao mesmo tempo, interagindo comigo. Uau! Quão afortunada sou!
E aí vieram os Kaiser Chiefs. Showzaço! Levantou a galera! Viva o poder renovador do Rock! Eu e meu gatorade curtimos o show escorados numa grade de manutenção. 7 horas de rock ininterruptas me balearam.
Para finalizar outros encontros legais: o Fabrício e senhora do MQN que levam para SP o festival Noise; a banda Biggs, o Steavi que agora está no Rio. Faltou você lá.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008


“Um sentimento de afeto muito especial me ligou durante décadas a esse autor, a quem me sinto tão agradecido como aos meus melhores mestres ainda vivos” (Ivan Illich no livro En el vinedo del texto, se referindo a Hugo de San Victor.)



Obrigada Vig!

Lev Semionovich Vigotski 05/11/1896_11/06/1934

sábado, 11 de outubro de 2008

Túnel do tempo

Nasci ouvindo rock. Em casa rolavam os clássicos: Beatles, Stones e Janis Joplin.
Em 1988 ganhei um vinil do A-Ha Hunting High And Low (1985) e detestei. Eita bandinha fuleira. Ouvi o vinil 3 vezes e me coloquei a pensar o que faria com ele. Na escola comentei minha insatisfação com um colega que propôs uma troca: o podre A-Ha pelo, para mim, desconhecido The Cult. Sempre gostei do desconhecido então topei na hora.
No dia seguinte deu-se o escambo. O disco do The Cult era o Love (1985). Imediatamente fiquei apaixonada pela capa do disco e ele tocou na vitrola de casa por dias consecutivos. Na minha idade efusiva de formação de conceitos, como Miranda pensei: "Oh! Admirável mundo novo!" O rock pode ser isto também!
Ontem, 20 anos e muito rock depois, assisti a um show do The Cult. Showzaço!
Confesso que hoje não ouço mais a banda, afinal com tantas novidades e tanta facilidade de acesso musical desenvolvi o gosto pelo novo, a busca pelo inusitado.
Mas, o show ontem foi lindo. Os tiozões dão conta do recado e tiraram um rock que me fez volver aos 15 anos. Delícia!
O show rolou no Iate clube, um clube burguês daqui e os tiozões burgueses com as camisetas pretas, correntes brilhantes e suas consortes (sempre de salto e com os cabelos esticadíssimos) foram um show a parte. Divertidíssimo!
God bless as bandas que perduram há anos. God bless a possibilidade de ouvi-los ao vivo! God bless o rock!
Viva a terapia rejuvenescedora do Rock, o eterno roll!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Dicas dos astros

Coincidência ou não, hoje as dicas são quentes:

Peixes

2 outubro 2008

"Neste mundo em franco descontrole em que você existe, pareceria inteligente tentar dominar os assuntos que lhe digam respeito. Porém, em nome da transformação e melhoria de tudo, seria mais sábio permitir que o descontrole siga seu curso."

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Uma espumante por um antitérmico!

Eram 16 horas e eu me sentia um bagaço. Febril e com a garganta doendo pra caramba. Já havia trampado 7 horas quase que ininterruptas e saí em busca de um antitérmico.
Descolei um antitérmico e uma pastilha anestesiante para a garganta.
Com essas drogas maravilhosas consegui trampar mais 6 horas.
Na saída do trampo, de quebra, tomei uma chuvinha básica e senti calafrios percorrendo meu corpo a cada gota de chuva gelada.
Quando chego em casa meu companheiro (ops) me espera com um espumante que custou $30,00 (valor declarado para tentar aumentar o glamour) e um monte de carnes para eu cozinhar. Disse que estava me sentindo péssima e que não conseguiria encarar uma tentativa de reatamento. Ele lamentou pela grana dispendida em vão e voltou para a sua caverna no meio o ap. Eu, fui cuidar da criança em comum quando descobri que ele havia permitido que ela recortasse uma arte em papel feita pelo meu avô já falecido. Não que eu me importe com isso, sou daquelas que preferem o hoje, o vivo. Mas confesso que saí um pouco da liha dizendo: "Porra! Vc deixou ela picotar a arte do meu avô?!"
O que me doeu é que o fdp começou a gritar que nem sabia que era um trabalho manual do meu avô. Esse fdp nem sabia porque não teve a capacidade de ouvir todas as vezes que eu contei a ele sobre meu avô artista. Gritou ainda que eu estava doente (?) e que não valorizava nada.
Tomei 20 ml de novalgina infantil. Peso 70 kg, acho que a febre não vai passar mas era o que eu tinha em casa.
Não consigo sair para uma farmácia. A farmácia não passa o cartão se vier entregar em casa.
Falei para ele que estava queimando de febre e que não havia antitérmico de adulto.
Não ousei pedir sua ajuda.
Ele se trancou na caverna. Eu que me foda!
Uma cartela de um antitérmico adulto valeria muito mais do que a cara espumante.
Foda-se! Não quero grana. Quero gente, humana, imperfeita com quem possa travar um diálogo.
Espero o acontecimento do encontro, espero...

domingo, 14 de setembro de 2008

Jogos Frutais João Cabral de Melo Neto


De fruta é tua textura
e assim concreta;
textura densa que a luz
não atravessa.
Sem transparência:
não de água clara, porém
de mel, intensa.

Intensa é tua textura
porém não cega;
sim de coisa que tem luz
própria, interna.
E tens idêntica
carnação de mel de cana
e luz morena.

Luminosos cristais
possuis internos
iguais aos do ar que o verão
usa em setembro.
E há em tua pele
o sol das frutas que o verão
traz no Nordeste.

É de fruta dó Nordeste
tua epiderme:
mesma carnação dourada.
solar e alegre.
Frutas crescidas
no Recife relavado
de suas brisas.

Das frutas do Recife.
de sua família.
tens a madeira tirante.
muito mais rica.
E o mesmo duro
motor animal que pulsa
igual que um pulso.

De fruta pernambucana
tenso animal,
frutas quase animais
e carne carnal.
Também aquelas
de mais certa medida,
melhor receita.

o teu encanto está
em tua medida,
de fruta pernambucana,
sempre concisa.
E teu segredo
em que por mais justo tens
corpo mais tenso.

Tens de uma fruta aquele
tamanho justo; .
não de todas. de fruta
de Pernambuco.
Mangas,mangabas
do Recife. que sabe
mais desenhá-las.

És um fruto medido.
bem desenhado;
diverso em tudo da jaca,
do jenipapo.
Não és aquosa
nem fruta que se derrama
vaga e sem forma.

Estás desenhada a lápis
de ponta fina.
tal como a cana-de-açúcar
que é pura linha.
E emerge exata .
da múltipla confusão
da própria palha.

És tão elegante quanto
um pé de cana,
despindo a perna nua
de dentre a palha.
E tens a perna
do mesmo metal sadio
da cana esbelta.

o mesmo metal da cana
tersa e brunida
possuis, e também do oiti,
que é pura fibra.
Porém profunda
tanta fibra desfaz-se
mucosa e úmida.

Da pitomba possuis.
a qualidade
mucosa, quando secreta,
de tua carne.
Também do ingá,
de musgo fresco ao dente
e ao polegar.

Não és uma fruta fruta
só para o dente,
nem és uma fruta flor,
olor somente.
Fruta completa:
para todos os sentidos,
para cama e mesa.

És uma fruta múltipla,
mas simples, lógica;
nada tens de metafísica
ou metafórica.
Não és O Fruto
e nem para A Semente
te vejo muito.

Não te vejo em semente,
futura e grávida;
tampoucoem vitamina,
em castas drágeas.
Em ti apenas
vejo o que se saboreia,
não o que alimenta.

Fruta que se saboreia,
não que alimenta:
assim descrevo melhor
a tua urgência.
Urgência aquela
de fruta que nos convida
a fundir-nos nela.

Tens a aparência fácil,
convidativa,
de fruta de muito açúcar
.que dá formiga.
E tens o apelo
da sapota e do sapoti
que dão morcego.

De fruta é a atração
que tens, a mesma;
que tens de fruta, atração
reta e indefesa.
Sempre tão forte
na carne e espádua despida
da fruta jovem.

És fruta de carne jovem
e de alma alacre,
diversa do oiti-coró
porque picante.
E, tamarindo,
deixas em quem te conhece
dentes mais finos.

És fruta de carne ácida,
de carne e de alma;
diversa da do .mamão,
triste, estagnada.
É do nervoso
cajá que tens o sabor
e o nervo-exposto.

És fruta de carne acesa,
sempre em agraz,
como araçás, guabirabas,
maracujás.
Também mangaba..
deixas em quem te conhece
visgo, borracha.

Não és fruta que o tempo
ou copo de água
lava de nossa boca
como se nada.
Jamais pitanga,
que lava a Iínguae a sede
de todo estanca.

Ácida e verde, porém
já anuncias
o açúcar maduro que
terás um dia.
E vem teu charme
do leve sabor de podre
na jovem carne.

Aumentas a sede como
fruta madura
que começa a corromper-se
no seu açúcar.
Ácida e verde:
contudo, a quem te conhece
só dás mais sede.

Ao gosto limpo do caju,
de praia e sol,
juntas o da manga mórbida,
sombra e langor.
Sabes a ambas
em teus contrastes de fruta
pernambucana.

Sem dúvida, és mesmo fruta
pernambucana:
a graviola, a mangaba
e certas mangas.
De tanto açúcar
que ainda verdes parecem
já estar corruptas.

És assim fruta verde
e nem tão verde,
e é assim que te vejo
de há muito e sempre.
E bem se entende
que uns te digam podre e outros
te digam verde.

Jogos Frutais

sábado, 6 de setembro de 2008

Sabadão Programão

São 01:25 da matina e estou trampando há 11 horas ininterruptas. Minha bunda está dormente e não sinto meus braços há duas horas. O trabalhado não finda. Dilema: abrir uma sol shot ou fazer uma infusão calmante?
Neste momento minha mente foge para a lembrança do show de ontem: The Hives. O melhor show do ano, até agora. Tic tic boom!
Piadinha que ouvi no banheiro: "- Esses Móvies (Móveis coloniais de Acaju) são um saco! Tocam o mesmo show desde que eu tenho 12 anos! Sem contar que estão em todas sem seleção! Agora depois de Móvias vem aí Zezé de Camargo e Luciano!"
Quando estava saindo ouvi o vocalista simpático dos Móveis falar para a galera corajosa e suficientemente ébria que encarou o showzinho chato deles depois do prato principal: "_ Depois de 3 anos encerraremos os shows deste CD. Este é o último." Hehe 3 anos! Putz, a mina do banheiro estava certa na ironia.
Tic tic boom! Acho que vou de chá calmante, antioxidante e ante e ante e ante.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O relógio de ponto e a conspiração dos entes

Uma parte da minha vida profissional é regulada por um relógio de ponto.
Eita invenção macabra! O maldito está lá, esteticamente bonito com a sua boquinha em riste esperando a passagem do cartão. Por ele sou regulada nos horários de entrada e saída. Como se a quantificação do tempo comprovasse a qualidade do meu trabalho.
Algumas vezes optei por deixar de receber dois ou três minutos finais do meu turno e todas as vezes recebi advertências institucionais. Após as advertências opto por ficar batendo papo com os colegas em volta do maldito relógio até chegar o horário da libertação.
Ontem, durante dois minutos de papo relatei que tenho a sensação de que um ente institucional adianta o horário do maldito no rito de entrada (o que me faz quase sempre estar dois minutos atrasada) e depois o ente volta a atrasar o maldito na saída, o que me faz esperar dois ou três intermináveis minutos para a libertação diária.
Para minha surpresa não sou a única que crê enm entes malditos que nos fodem o dia todo.
Um colega relatou que foi doar sangue e exibindo uma mácula roxa e com aspecto doentio no braço disse que tinha certeza de que a técnica de saúde estava mancomunada com o ente institucional pois sua chefe morreu de raiva quando ele lhe informou que iria faltar ao trabalho em troca de seus mls de sangue.
Hoje, lendo os factóides do jornal me deparo com uma notícia que me faz acreditar ainda mais nos entes malditos: Abin: diretor interino trabalhou com Daniel Dantas http://www.correiobraziliense.com.br/html/sessao_3/2008/09/03/noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=29388/noticia_interna.shtml
Tenho certeza de que esses caras (Daniel Dantas e corja) são entes do mal que nos ferram diariamente.
Como aniquilar um ente?
Existe vacina contra a fodeção do ente?

Parafraseando os Titãs:
Um dia vou me embora para Cavalcante
Fazer a cabeça
Sob o sol que irradia
Queimando em ritual

sábado, 14 de junho de 2008

Eu sou a Rainha de Copas!

Já comentei num post anterior (http://viagensprivadas.blogspot.com/2008/01/em-tempos-de-funchswhatever.html) que tecnicamente não há necessidade de provedor para a navegação da web.
Assinávamos o ADSL Residencial http://www.adslresidencial.com.br/ que cobrava R$1,50 ao mês, o que ao meu ver é uma fortuna visto que não há a menor necessidade técnica deste serviço.
Há 4 dias ficamos sem internet. Ligamos na Brasiltelecom (a única operadora que serve a nossa região) e uma mensagem gravada dizia que se fossemos assinantes da ADSL REsidencial deveríamos contratar outro provedor.
Quando a página do ADSL Residencial voltou ao ar, descobrimos que a Brasiltelecom bloqueou nosso provedor judicialmente porque seus serviços custam 1,50 e os da Brasiltelecom custam R$10,00.
Que Porra! Quem a Brailtelecom pensa que é? Quem o judiciário pensa que é? Malditos!
Uma porra de uma empresa de capital estrangeiro, dirigida por um vampiro com fortuna rápida vultuosamente adquirida na época do pútrido Collor.
Sou a favor da revolução diária e sempre tive fortes argumentos contra a revolução armada.
Mas esta situação revoltante me dá vontade de guilhotinar esses malditos vampiros.
Hoje grito a plenos pulmões: Cortem a cabeça de Daniel Dantas! Cortem as cabeças de todo o séquito dos Collor de Mello!
Só a guilhotina nos livrará desses vermes sanguinários que se desenvolveram na podridão política nos anos de 1990 a 1992.

Quem tiver estômago pode conferir o sorriso asqueroso da figura: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u95301.shtml

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Apêndices II

Durante o último feriado do semestre conheci um grande e sujo hospital e me submeti a divertida operação de retirada do apêndice. O apêndice é uma tripa que fica no final do intestino. Minha tripa não estava em nó, porém, distendida segundo a mancha ultrassônica registrada por um médico engraçadinho.
A cirurgia foi um horror. Me sedaram e deixaram os meus peitos despidos até que o médico disse: " _ cobre a moça..." Apaguei. Despertei por um momento no final da cirurgia e zumbizei com as mãos tentando alcançar, sei lá...
Depois perguntei ao médico se esse episódio tinha ocorrido e ele me confirmou sem muito interesse. Quanto ao episódio dos seios expostos, frente a uma exposição intestinal, resolvi deixar pra lá...
O fato é que essa fatalidade me enrolou a vida. Minhas férias tiveram que ser desmarcadas após 3 meses de planejamento e negociação com as companhias aéreas; há 15 dias comecei a trampar numa instituição com a qual venho flertando há 3 anos e como aluna estou no final do semestre. Sem contar que tive que pedir ajuda à minha rabugenta e amarga mãe, que dá uma organizada legal porém cobra um preço altíssimo e não aceita cédulas ou presentes como pagamento.
Faz 13 dias e me recupero mais ou menos. Sinto algumas dores, alguns incômodos, prefiro estar deitada.
Algumas situações bizarras nas minhas relações têm acontecido:
recebi um atestado de 15 dias para o trabalho e 10 dias para a faculdade porém não posso dirigir.
Na manhã logo após a cirurgia avisei por telefone aos meus coordenadores do trabalho (sim, para meu infortúnio tenho um monte de chefes)sobre a cirurgia. 4 dias depois, um deles me solicitou o planejamento das aulas que ele encontraria um substituto. Enviei o planejamento. 7 dias depois ele me manda o telefone do serviço médico da empresa e pede que eu entre em contato com eles. Era sexta-feira a tarde. Como sexta-feira a tarde não é período para se resolver nada, protelei para segunda o telefonema.
A secretária do serviço médico como surto, impôs irredutivelmente que eu tinha que passar por uma perícia e entregar o atestado médico lá na instituição. Eu argumentei que não estava andando, não estava dirigindo, que eu moro num quarto andar só escadas mas essa proletária vendida! foi irredutível e marcou a perícia para terça-feira a tarde. Durante as falas retaliativas da fucking proletária vendida! distigüi os tons dos seus pensamentos. Eles variavam de: "pensa que vai ficar em casa na folga!" até o verbalizado: "_ mas nem tem o número da matrícula e já está de atestado?".
Fiquei ofendida e rebati com: "_Dona Proletária maldita vendida! Eu não fui relaxada com a minha saúde nem estou em casa de firula. O que ocorreu comigo foi uma fatalidade!"
Ela baixou um pouco a bola e agendou para terça a tarde.
Na terça pela manhã recebo o telefonema de outra secretária dizendo que o meu coordenador queria saber se eu já estava disposta a entrar em sala na terça a tarde porque ele estava doente e não poderia me substituir. Fiquei atônita. Será que ninguém está entendendo que estou debilitada? Como dar 4 horas de aula para 20 adolescentes com 2 cortes de 7 cm na barriga e a terrível impressão retumbante de que o médico passou seus dedões na minha cavidade ao final do intestino? Putz.
Pensei: essa é a política da empresa. Foder. Não se engane. Prós: grana. Contras: foder. Decida.
_Beleza proletária vendida II? Porra, o mundo está cheio delas! Tenho que estar aí hoje a tarde para a perícia médica mesmo... entro em sala.
A aula foi legal. Fiquei sentada e os meninos escreveram, leram, jogaram, discutiram e compraram a minha água.
Quando a médica viu meu atestado atrasado esclareceu que eu deveria ter telefonado ao departamento médico e solicitado a sua visita, no hospital ou em casa. Mas que mesmo atrasado, ela poderia ter me visitado na terça.
Quer dizer que eu não era obrigada a estar ali como a vadia vendida proletária impôs.
Aí eu disse que estava em sala de aula e a médica ficou lívida.
"_ Quem é o seu coordenador?
_ É o proletário vendido III. Mas hoje ele está doente e por isso estou aqui. Recebi um telefonema da Vendida II.
_ Quem é o superior a ele?
_ É um carinha legal ali naquela sala."

Ao término da minha aula, passei dar um alô ao carinha legal. Concluimos sensatamente que tudo foi uma comédia dos erros. Como toda boa comédia alguém tem que se foder. Nesta, por enquanto eu que perdi as tripas e fui subjugada por pessoas que deveriam ter optado por uma atitude mais fraternal, objetivar o mundo um pouco mais virtuoso.
Enquanto recupero vou pensando: por que negar os direitos dos seus semelhantes? Por que julgar o bioritmo do outro? Por que ao invés da compaixão e solidariedade, a fragilidade do outro desperta sede de poder, autoritarismo, indignação?
Deixa eu faltar na quarta-feira extra até eu me sentir plenamente recuperada!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Apêndices

Véspera de feriado, acordei me sentindo indisposta. Uma dorzinha de barriga que partia em círculos do umbigo e ia até o coração. Atarefadíssima cumpri os primeiros compromissos do dia e reagendei outros. E a dor lá, martelando. Depois do meio dia ela se concentrou do lado inferior direito da barriga. Imaginei que estava ovulando. Depois que decidi não procriar mais, meu corpo me penitencia nessas datas como me castigando pela decisão.
A noite foi terrível. Depois de tomar 1.500 bolinhas de açúcar decidi tomar um analgésico que não fez efeito.
Na metade do feriado resolvi ir ao hospital. Meu companheiro (que leva essa alcunha por convenção visto que há tempos não me faz mais companhia) dirigiu o carro até o hospital protestando veementemente. Sua teoria é que os médicos devem ser procurados quando estamos bem e não quando estamos morrendo de dor. (??)
Depois de 5 horas, exames de sangue, urina, ultrassom e apalpações veio o diagnóstico: apendicite aguda.
Sofreria a intervenção cirúrgica na mesma noite. Entrei em pânico.
Não confio em médicos. Não confio em anestesistas. Não confio em enfermeiras. Não confio nos processos de desinfecção das salas cirúrgicas. Assinar os formulários dando direito de decisão aos médicos me deixou mais apreensiva ainda.
Minha filha chorando com os olhos desesperados quando nos despedimos na enfermaria me partiu o coração.
Eram 20:00 h quando entrei na sala de cirurgia. Combinamos que a anestesia seria raquidiana para que eu pudesse estar consciente durante a operação, o que não adiantou nada porque dormi profundamente.
Enquanto aguardava o procedimento fiz minhas preces. Não pude deixar de pensar que durante a Idade Média as pessoas morriam desta patologia. O pensamento da morte como iminência me gelou o sangue. Só pensava na minha filha e em sonhos que não realizei. Pensei em quantas vezes sou cagona e acomodada e em todas as desculpas que me dou para manter esta vida cômoda e padronizada que levo.
Depois de três horas acordei sem sentir as pernas e com um corte de sete centímetros na barriga. Dois dias no hospital e quinze dias de repouso em casa.
Sem o apêndice no intestino grosso e com um novo apêndice na alma.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Eu quero comer a Courtney Love!

Confesso que enquanto mulher contemporânea já pensei em comer uma mina. Desculpem meus parcos leitores a crueza vulgar da afirmação.
Pensar eu pensei...
Toda essa coisa do Russo cantando "eu gosto de meninos e meninas", do "um dia, vivi a ilusão de que ser homem bastaria...", dos textos do Roberto Freire com a parada do Soma, o Hermann Hesse, a Anaïs Nin, o Wilde e tantos outros, no meu período efusivo de formação de conceitos fez com que a possibilidade de transar uma pessoa do mesmo sexo deixasse de ser um tabu preconceituoso para a ser uma possibilidade nesta vida cheia delas.
Nunca me apaixonei por uma mulher, nunca fui suficientemente seduzida por uma, nunca seduzi nehuma, portanto, a transa entre o mesmo sexo nunca rolou.
Hoje, meio ébria e totalmente cansada, ao abrir a net me deparei com Cauã Reynold vestido de Courtney Love.
As más línguas dizem que ela é uma feiticeira, que as letras foram escritas pelo Kurt Cobain e o caralho a quatro. Eu acho que a Holle é muito legal e que a Coutney é muito boa.
E o Cauã Reynold está uma delícia de Courtney. Eu quero comer a Courtney!
Ou seria:_ Eu quero comer o Cauã na pele de Courtney!?

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Desencontros acadêmicos versão log

E o mundo acadêmico continua me impressionando.
Noite, véspera de feriado e o trio na biblioteca tentando costurar um Frankstein. O combinado era que todas lessem e produzissem algo escrito para ser costurado.
Uma das mentes se acha tão brilhante que leu apenas um capítulo, não produziu porca linha escrita e ainda desconfigurou o teclado do note em um momento de vacilo meu.
Trabalho discutido, costurado e sem acentos.
No dia seguinte, enviei uma versão garibada do simpático Frank.
Três dias depois recebo a resposta da Sra. Mente Brilhante conforme log abaixo:

Olá Meninas,

Compreendi que a dissertação apesar de parecer muito materialista dialética é FENOMENOLOGIA, então fiz umaz modificações no trabalho e tentei esclarecer porque achei isso... A questão que fica para a critica do trabalho analisado é que, se confirmarmos a minha hipotese de que a tese e fenomenologica, ela nao colocou referenciais teoricos nessa linha apesar de ter feito a pesquisa nessa linha... o que acabou confundindo sua pesquisa....
Deêm a opinião de voces..... e perguntemos para as professoras
Beijos
Sra. Mente Brilhante


Sra. Mente Brilhante (fucking arrogante bitch!),

eu não concordo com a hipótese fenomenológica.
Não vou falar que o trabalho tem uma inconsistência metodológica e que a pesquisa é confusa. Além disso acho leviano vc, sem ter ao menos lido o trabalho todo, chegar a essa conclusão.
Não vou perguntar nada pra professora porque vc insistiu em não fazermos uma tese orientada por ela e depois não quero deixá-la de saia justa querendo que ela confirme que o trabalho orientado por outra professora é inconsistente em algum aspecto. Isso seria o sumo da falta de cortesia, educação e compromisso.
Acredito então que devemos nos encontrar na quarta feira, no horário da aula de pesquisa (14h), na sala de aula para debatermos com seriedade a questão.

Carlota


Meninas,

Gostaria de fazer alguns esclarecimentos quanto ao trabalho.
Primeiramente minha intenção era fazer essa troca via net discutindo pontos que nao ficaram claros como a questão metodologica... De forma alguma quero impor minha opinião sobre a posição fenomenologica... O que tentei fazer foi pegar o trabalho anexado, e justificar alguns pontos sobre a posição fenomenologica com base no referencial de leitura indicado pela professora. Fiz isso porque para mim nao ficou claro dentro do trabalho da Paixão a questão da produção elencada pela metodologia dialética...

Mais uma vez retificando, eu apenas quiz verficar a possibilidade da posição fenomenologica (se batia ou nao no trabalho), o que não quer dizer de maneira alguma que ele está fechado. Foi apenas uma maneira de mostrar minha visão sistematizada para voces.

Não precisamos perguntar nada para a professora, foi apenas sugestão já que ela fez parte da banca examinadora....

A questão da inconsistencia metodologia foi apenas uma hipotese minha na tentativa de justificar, a partir da consideração de que é fenomenologica, a falta então, de referenciais teoricos dessa abordagem, caso ela assim o seja, já que os refenciais utilizados são em sua maioria diáleticos.

Enfim há muitas dúvidas. O que gerou esse mal estar. Desculpe-me, mas a intenção foi ajudar a justificar as coisas por outro lado.


Não sei se poderei estar na quarta-feira, farei o que me for possível. Mas acredito que uma conversa com a professora poderá nos esclarecer tudo.

Sra. Mente Brilhante


Os nomes foram alterados e os palavrões foram pensados.
Confesso que só abri o anexo enviado por ela depois que disparei a resposta e por um momento passou-me pela mente que a menina podia ter escrito uma argumentação coerente e de difícil resposta.
Mas a vigarista apenas trocou as palavras “Materialismo Dialético” por “Fenomenologia” no Frank enviado por mim e colou mais 4 parágrafos, de duas linhas, copiados literalmente conceituando a Fenomenologia.
Pirei. Como é possível um ser tão vulgar como este procurar a sapiência? O que será que ela procura?
Há coisas que só consigo começar a resolver no físico. Ou eu quebro a cara da fulana ou eu me acabo no pedal. A segunda opção, por enquanto, ainda é a minha preferência.
Que a noite seja breve, a manhã azul e o cerrado esplendoroso.
Amém.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Carlota dos Amantes

4 biscoitos champanhe triturados
2 ovos
1 barra de chocolate meio amargo (75 g)
2 colheres de nozes moídas
2 colheres de açúcar
2 colheres de manteiga
1/2 xícara de café expresso
1 colher de cognac

Derreta o chocolate em banho maria com 2 colheres de água. Acrescente o açúcar e a manteiga. Bata e acrescente as gemas, uma depois da outra. Deixe cozinhar por 5 minutos e retire do fogo. Bater as claras em neve e misturar com o chocolate. Colocar as nozes. Acrescentar aos poucos o café, o cognac e os biscoitos. Colocar em 2 taças largas e enfeitar com chantilly.

Ainda não provei a receita, mas estava com medo de perder o papel onde a anotei. Este sabor guardarei para alguma ocasião especialmente saborosa.
A receita faz parte de um livro chamado Afrodite de Isabel Allende que minha amiga, estrategicamente, deixa sobre o balcão da sua cozinha.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Por Baudelaire

"... a mulher é o ser que projeta a maior sombra ou a maior luz nos nossos sonhos. A mulher é fatalmente sugestiva; vive por outra vida que não a própria; vive espiritualmente nas imaginações que habita e fecunda."

terça-feira, 15 de abril de 2008

Vote Roger Rocha para a reitoria!

Ontem, por acaso, participei de um jantar fechado com professores de uma universidade. Fui lá atrás da luz dos meus orientadores e eles foram para cumprir o social. O cardápio marroquino estava delicioso e as bebidas servidas eram muito finas.
No início o papo estava muito aprazível e sociável, mas era visível a divisão dos times: pró ex-reitor Timothy Mulholland e contra o ex-reitor. As bebidas finas foram sendo servidas e a galera foi relaxando.
Aí o assunto sobre a crise na universidade se tornou pauta única.
Cada qual defendeu sua posição e pontos de vista, ampliou o debate. Sou favorável ao diálogo e aprecio e respeito muito outros pontos de vista, porém, não posso deixar de registrar aqui, neste espaço de intimidade, a ridícula opinião de uma conceituada intelectual brasileira: "O reitor é no máximo um grande vaidoso e perdulário."
Maravilha! Assim o crime cometido por ele, o uso indevido do dinheiro público para conforto próprio não é mais um crime e sim um pecado capital. Aliás, são dois: a vaidade e a soberba.
Putz, pra quem estava montando um apartamento digno de receber o Papa, o ex reitor estava em grande pecado!
Discussões filosóficas a parte, a universidade vai muito bem, obrigada. As aulas continuam a ser ministradas, as teses continuam a ser defendidas e os projetos continuam a ser tocados. Pra que reitor? Porque o senhor ministro deu um prazo para a indicação de nomes senão ele mesmo, com toda a sua sapiência e autoridade de ministro nomearia o reitor. Puffsss.
Que tal copiarmos mais uma vez os colonizadores?
Ontem o guitarrista da banda Queen e doutor em astrofísica Brian May
se tornou reitor da Universidade John Moores de Liverpool.
Aqui meu voto vai para o vocalista, guitarrista e flautista da banda Ultraje a Rigor Roger Rocha Moreira que é quase arquiteto e membro de Mensa desde 2000.
Talvez assim, como bem apontou meu colega Maurício, possamos quebrar o ciclo de reitores articuladores e iniciar outro com reitores artistas, pesquisadores, trabalhadores da cultura e com ética suficiente.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O mundo é mais fácil para as magras

Tenho um biotipo etéreo que se expande até limites inimagináveis.
Fatores genéticos,prazer em comer, prazer em cozinhar, prazer em beber e mais recentemente uma patologia hormonal contribuem para minha forma física renascentista.
Vez por outra reduzo as calorias e intensifico os exercícios e vou ficando mais delgada fisicamente.
Aí o mundo começa a se transformar. Tudo que é intermediado pelo sexo masculino torna-se mais fluido. Percebo nos olhares que o cara está pensando na possibilidade de me comer. Mesmo naqueles mais dicretos.
Entrei na faculdade mais velha, meio gordita e recuperada do final de um relacionamento. Fiz muitas amizades, conhecia muita gente, ia a muitas festas e ficava com alguns carinhas.
Quando emagreci, a vida universitária que já era divertida tornou-se bem barata. Tinha convites para todos os forrós e festas. Sem contar as fichas que os garçons se esqueciam de pegar. Nessa época, os homens eram mais explíctos quanto a possibilidade de me comer, mas os olhares de outrora e de agora são os mesmos.
Todos os meus amigos tentaram uma abordagem. Sabotei todas. Porra! eu discursava: eu sou a mesma Carlota de sempre. Transo do mesmo jeito. Por que antes vc não queria e agora quer? Só por que fiquei mais magra? Padronizei? Vá à merda! Não fico com amigos.
A lenda se alastrou feito palha. E eu, fui coerente com meu discurso.
Minhas amigas e eu tínhamos afinidade com uma república masculina. Um dos amigos me cantava de vez em quando mas nunca rolou nada.
Quando eu emagreci e fui abordada por um, depois outro e eu repetia meu discurso.
Um dia, no final de um churras os caras fizeram uma reunião da rep comigo pra protestar contra meu discurso e dizer que eu tinha que escolher entre eles mas tinha que escolher um cara para ficar. O meu amigo que sempre dava em cima de mim bradava: "Vc tem que ficar comigo porque eu dava em cima de vc mesmo quando vc era redonda!"
Mandei todos os meninos à merda e fui cambaleando para casa. Vê se pode! Reunião machista para decidir sobre o que eu teria que fazer! Estava mais magra, não mais submissa.
Sinto saudade dos meninos e da convivência comunal.
O fato é que estou ficando mais magra novamente e os homens começam agora a ficar atenciosos, facilitar minha vida burocrática, encontrar pretextos para me tocar como que casualmente...
Eita ser humano movido pela eterna dança do acasalamento!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Polícia para quem precisa

Moro numa rua perpendicular a frente de uma padaria.
Uso o automóvel somente em extrema necessidade e hoje, ao sair com o carro verifiquei que havia um caminhão estacionado na frente da padaria e um carro estacionado na outra margem da rua, na contra mão, na esquina o que impossibilitava a passagem. Buzinei solicitando a passagem.
Havia dois policiais militares tomando café na padaria, eram 8:30 da manhã. Na primeira buzinada ninguém apareceu, mas na segunda apareceu o motorista do caminhão e gritou do outro lado da rua para que eu desse a volta no quarteirão e acrescentou uma palavra de baixo calão ao final da frase. Meu gato desceu do carro para tomar satisfações com o motorista e aí os policiais saíram da padaria, carregando seus copos de café e vieram interceder. Meu gato se acuou e voltou para o carro quando um dos policiais me chamou de “ruim de volante”. Possuo carteira de habilitação desde 1991 e não costumo ter pontos descontados, o que me leva a crer que seu julgamento foi errôneo e movido pelo preconceito por eu ser mulher. Quando argumentei que o carro estava indevidamente estacionado desrespeitando ao menos 2 artigos da lei nacional de trânsito o policial replicou que aqui na nossa comunidade, a PM não segue a lei e sim a política da boa vizinhança e que eu estava errada em não compreender que o comércio não tem vagas para estacionar e que se eu fosse melhor motorista teria manobrado meu carro e passado pelo espaço ínfimo.
Intimidada pela possibilidade de acusação de desacato a autoridade pedi desculpas e fui embora.
A polícia nunca foi uma instituição que tenha me incomodado, mesmo quando o meu carro ou a minha bicicleta foram furtados ou quando o vizinho escutava música no último volume às 3 da manhã em um dia semanal e pedi seu auxílio, mas ela não me ajudou. Nessas ocasiões imaginei que a polícia trabalhava em coisas muito mais complicadas para o meu bem e que os meus problemas não eram importantes o bastante.
Hoje fui desrespeitada enquanto mulher, motorista e cidadã integrante e ativa da comunidade. A imagem que pinto da PM depois do ocorrido é que seus profissionais são mal preparados, preconceituosos e que deformam a legislação sob o nome de “política da boa vizinhança” para beneficiar os que consideram, em particular, como bons vizinhos e para punir os que consideram maus vizinhos, a troco de cafés.
Sendo eu, após o ocorrido, na visão dos PMs que tomam café diariamente na padaria da minha rua, uma péssima vizinha e que se expõe a reclamar do desrespeito a que fui submetida, deveria me preocupar?
Atenciosamente

Essa é uma cópia do email que enviei à ouvidoria da PM. Quando e se houver resposta ela será postada.

http://www.youtube.com/watch?v=SV0DRpMuKXY&feature=related

segunda-feira, 10 de março de 2008

Citando Nietzsche

"Quando a gente quer se livrar de uma pressão insuportável o haxixe é necessário."

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

uma boa história com um bom garçom

Semana passada ouvi uma boa história com um bom garçom e hoje contarei a minha.
A beira de um ataque de nervos resolvi comprar um pacote turístico para Arraial d'Ajuda Bahia. Fui agraciada com um clima atípico. Brasil: sol escaldante exceto no sul da Bahia com chuvas abundantes. Quando vi a mancha cinza no mapa amarelo no jornal nacional não pude deixar de rir com sarcasmo da situação.
Beleza, quem está na chuva é pra se molhar. Choveu a noite inteira, manhã cinza e úmida. Ideal para uma cerveja na praia. UHuh!
Haviam 2 turistas e 2 bares abertos na praia. Chuviscos esparsos.
O outro turista também estava no pacote então nos conhecíamos de vista. Ele chegou, colocou um, tomamos umas biritas, e começamos a conversar sobre o Ato médico. Quero deixar bem claro que não fui eu quem escolheu tão divertido assunto. Constatamos posições completamente antagônicas. Ele queria impor sua posição, ficou na pregação e tentou exercer poder sexista. Pirei. Mandei o cara reacionário, machista do caralho ir tomar no cú. O cara ofendidíssimo foi contribuir para a economia do buteco concorrente. O garçom do buteco onde eu permaneci foi ao delírio. Assim conheci o Carlos. Nativo, com o dente da frente esquerdo faltando, humildemente descolado e garçom. Quem já teve amigo garçom sabe como é ser agraciado por quem tem o poder de servir.
No terceiro dia a chuva deu uma trégua e no quarto o chão estava meio seco. Aluguei uma bike e fiz Arraial, Trancoso. 26 km pela estrada.
Cheguei em Trancoso, comi um abacaxi inteiro, umas barrinhas, água, apreciei a paisagem e peguei o caminho de volta.
A areia já tinha entrado na corrente impossibilitando a troca das marchas.
Na volta encontrei meu bom amigo garçom que estava saindo do turno no club med com os os colegas e voltavam para suas casas. Peguei uma carona na barca da galera pela trilha. Caminhos fora do asfalto que levam os nativos para suas casas. A mata é linda! Quando estava quase exaurida meu amigo me serviu mangabas maduras no pé. Frescas depois das chuvas. Deliciosas.
Eu, que só conhecia a fruta pelo João Cabral tive vontade de recitar. Só saía o "Mangas, mangabas" e nada mais. Meu amigo ria tranquilo com olhar de quem não estava capitando muita coisa mas o encontro já bastava.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

ainda sobre bike

Vinha eu, na minha, no gás, na preferencial quando uma barca branca cuspidora de altíssimas descargas de fumaça preta podre entra abruptamente na minha frente e manobra na curva da rua estreita ocupada por carros estacionados dos dois lados. Freando pensei: Maldita barca gigante!Inversamente proporcional ao pau do seu dono! Porra! "Onde é que há gente nesse mundo?" Cadê a mínima gentileza?
Cuspiu duas baforadas podres na atmosfera, andou 50 metros e estacionou na contra mão. Nesse momento imaginei que sentiria prazer em ver o cara agonizando no grande congestionamento do Loyola Brandão.
Definitivamente os usuários de bicicletas não são respeitados. Não somos respeitados no trânsito; quando precisamos estacionar em algum estabelecimento nem quando temos que guardar a bike nos prédios residenciais.
Uma vez morei num prédio só guardava no bicicletário bikes imóveis porque dava muito trampo pro porteiro abrir o bicicletário e a chave tinha que ficar guardada no cú de alguém que inventou a burocracia e fucks... como a minha era utilizada todos os dias eu tinha que subir carregando 3 andares de escadas.
Respeito o direito de usar o carro pra passear; conquistar um tipo de gatinha; sublimar grilos físicos; emocionais; subjetivos; definir-se, mostrar estatus e até o direito egoísta de ir de carro para a padaria. Só gostaria de pedalar dizendo bom dia e não sendo ameaçada de morte por pessoas que se confundem com as máquinas.
Baforadas de oxigênio, o Tim Armstrong cantando parecido com reguizinho e a marcha pesada somados ao meu medo católico me fizeram acalmar os nervos, parar de pensar o mal às pessoas e pedir perdão por ter acrescentado ao cosmos coisas negativas e perversas.
Tudo bem até amanhã, no próximo pedal.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Causos do inferno astral de 2008

Minha caneta estourou dentro da pochete. Tudo azul. Minhas mãos, meus papéis, minhas chaves, meu telefone. Deve ter estourado pela energia emanada depois que eu briguei com o gerente do estacionamento porque tinha amarrado minha bike num cano qualquer daquele lixo. O estacionamento não disponibiliza lugar adequado para amarrar a bike. Não acho que deva pagar. Mas o panaca também não veio me cobrar. Veio me dizer que eu devia solicitar a sua autorização todas as vezes que quisesse parar a bike lá. Eu! Ficar pagando pau pra mané! Vá à merda! E o cara foi muito grosso, se achando poderoso, cheio de empáfia.
_ Estou me sentido constrangida com sua atitude e quero o nome e telefone do seu superior para formalizar uma queixa.
_Meu nome é Roberto Carlos, sou o gerente e acima de mim só o senador.
_Que senador?
_Não posso dizer o nome não.
_Ah é? Então foda-se, vai lamber o cú do senador! Aquele bandido! Seu proletário vendido!

Por que não falar o nome do senador dono do estacionamento Época do Libety Mall? Tenho certeza de que nem deve estar no nome do cara.
Filho da puta! Minha bike amarrada lá 1 hora por semana com certeza lesará as finanças do ilustre senador.
E como brinde, a caneta estourou dentro da pochete.
Inferno astral, blá.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Parem o provedor que eu quero descer!

Já comentei meu entrave com a porra do provedor.
A cada passada pelo mesmo tenho mais certeza de que não habitamos a mesma dimensão.

Mais um factóide:

No banheiro das meninas, Supla alfineta estilista do punk
http://colunas.g1.com.br/redacao/2008/01/18/no-banheiro-das-meninas-supla-alfineta-estilista-do-punk/

Ãh? Como assim? Agora o punk se veste com estilista e tem banheiro de meninas!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Somos todos piscianos II

E este ano parece que nosso inferno astral começou mais cedo.
Força, coragem, sabedoria e cuca fresca para enfrentar todos os percalços de todas as dimensões. Amém.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Em tempos de... funchs...whatever

Nossa tv é monitor, não pega um canal, nem os mais podres.
Por anos enganamos as telefônicas com provedores e senhas duvidosos. Sei que a primeira vista pode não parecer muito ético porém a venda casada (telefônica + provedor) é ilegal e tecnicamente dispensável. Portanto, no meu ponto de vista, enganar o usuário com a afirmação de que só acessa se tiver provedor e se aproveitar financeiramente dessa mentira é bandidagem. Após um grande pau e 2 dias brigando com o neoliberalismo não conseguimos conectar sem provedor. Uma merda! Desesperados com a falta de conexão nos rendemos aos bandidos e assinamos um provedor que pertence a uma grande organização televisiva (?) e que coloca a disposição parte de sua programação.
Tenho gosto por novelas. Definição de Massaude Moisés: "a novela, histórica e essencialmente, ocupa situação de relevo menor que o do conto e o romance. Identificada com as manifestações populares de cultura, sempre correspondeu a um desejo de aventura e fuga realizado com o mínimo de profundidade e o máximo de anestésico. Por outras palavras, só raramente atinge o nível de requintamento conseguido pelas duas formas em prosa que lhe são vizinhas. Prato variado mas ligeiro, não se detém no exame da vida e apenas se preocupa com o pitoresco que seduz e desaparece de pronto. Coloca-se, assim, em posição quase diametralmente oposta à do conto e do romance, pois o panorama que das coisas oferece é das coisas oferece é bem outro. Enquanto modo de conhecimento da realidade, a novela ilude e mistifica por obrigar todas as situações a se enquadrarem num andamento acelerado, cheio de pitoresco, que não pode ser o da vida diária. Reduzindo a complexidade do real a mera soma de gestos encadeados historicamente, obedientes à ordem linear do tempo, não admite que a realidade seja polimórfica, "transcendente", "oculta", nem que ostente relevo,
e supõe ou pressupõe tudo conhecido, conversível a atos e acontecimentos. Em suma, a novela contempla, não indaga, baseia-se na comtemplação, não na interrogação."
Agora, como temos a novela televisiva à disposição, clico no diabólico provedor quase que diariamente para minha dose anestésica da visão da realidade e não resisto as chamadas para ver os idiotas rendidos, acéfalos e sem sentimentos
(principalmente os que remetem à liberdade) que por livre e espontânea vontade estão confinados se submentendo ao Big Brother.
Quanta besteira! Como chegamos ao ponto de nos submetermos assim à ficção de Orwell e acreditarmos que é diversão? O Dr. Roberto deve estar lá, no planeta alienígena do mal de onde ele veio e para onde voltou quando se entendiou, se deleitando com a nossa falta de relevo.
Para refrescar a mente abro a folha e leio:

16/01/2008 - 03h58

Lula se encontra com Fidel Castro e ressalta "lucidez incrível"

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da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva finalizou nesta terça-feira sua visita oficial a Cuba e ressaltou a "lucidez incrível" e saúde "impecável" do presidente licenciado de Cuba, Fidel Castro, afastado do poder há quase 18 meses por problemas de saúde.

Porra! Estou ficando louca? Lucidez incrível? Saúde impecável? Em 1999, no 46o. congresso da Une Fidel já não me pareceu muito saudável ou mesmo lúcido. Factóides, factóides. Será que nosso excelentíssimo presidente realmente sabe o que significa impecável?
Só pode ser brincadeira.
Bom mesmo é dar um pedal pelo cerrado procurando cachoeiras azuis e tomar uma Aracê preta no final do dia sublimando todo o lixo que nos empurram como realidade.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Incidente na estrada

Dormimos cedo e saimos cedo para chegarmos cedo em casa. Enfrentaríamos 12 horas de viagem de carro no mesmo dia.
Entre São Joaquim da Barra e Itaiutava (quase na metade do caminho) atropelamos um cachorro vira lata grandão, tipo labrador, com aquela cor de terra. O pai estava dirigindo e foi a sorte porque ele manteve os braços fortes. Se fosse eu, provavelmente teria desviado para o lado e batido no carro que estava exatamente alí ou teria brecado e perdido o controle ou teria jogado o carro no vão da pista ou no buraco da tesourinha e sabe lá mais o quê...
Prá ajudar a cadela ficou parada olhando nos meus olhos (eu olhei nos dela) e pegou bem no meio do carro. Estourou o radiador, quicou 3 ou 4 vezes na pista e morreu.
Fiquei chocada, em pânico. Tentei mentir para a pequena que viu tudo: "está tudo bem. Era uma pedra." e algumas outras palavras desconexas ela, por sua vez, prontamenete me esclareceu a situação: "o cachorro estava atravessando, o carro bateu, ele morreu. "
Graças a Deus estamos todos bem, menos o cachorro.
Em poucos minutos chegou o resgate do pedágio que fica na estrada. O seguro resolveu bem as coisas mas tivemos que passar a noite em São Joaquim da Barra.
Cidade bonita, grande arrecadação de impostos, população bem vestida, igreja na praça cheia. Enquanto tranquilizava minha mãe no orelhão, o pai e a pequena foram a igreja para agradecer por nossas vidas e tals. Igreja bonita com 3 imagens enormes. Uma de São Francisco com os pombinhos nas mãos. Durante nosso turismo forçado fomos seguidos por vários cachorros vira-latas, como essa cadela que quase nos matou. Não quero o extermínio dos vira latas mas também não quero correr risco de morte pela crença de uma cidade os têm as centenas.
Cruzamos pessoas legais, preocupadas e solícitas. Não nos faltou nada. Chegamos muito bem ontem. Cansados mas bem. A pequena aguentou firme sem lamúrias, choros ou desobediências. Ganhou um cavalo de vassoura do posto beira da estrada que ela almejava há muito tempo. Seu nome é Pé de pano.
O carro ficou em São Joaquim para conserto e voltaremos para buscá-lo sabe-se lá quando.