sábado, 14 de junho de 2008

Eu sou a Rainha de Copas!

Já comentei num post anterior (http://viagensprivadas.blogspot.com/2008/01/em-tempos-de-funchswhatever.html) que tecnicamente não há necessidade de provedor para a navegação da web.
Assinávamos o ADSL Residencial http://www.adslresidencial.com.br/ que cobrava R$1,50 ao mês, o que ao meu ver é uma fortuna visto que não há a menor necessidade técnica deste serviço.
Há 4 dias ficamos sem internet. Ligamos na Brasiltelecom (a única operadora que serve a nossa região) e uma mensagem gravada dizia que se fossemos assinantes da ADSL REsidencial deveríamos contratar outro provedor.
Quando a página do ADSL Residencial voltou ao ar, descobrimos que a Brasiltelecom bloqueou nosso provedor judicialmente porque seus serviços custam 1,50 e os da Brasiltelecom custam R$10,00.
Que Porra! Quem a Brailtelecom pensa que é? Quem o judiciário pensa que é? Malditos!
Uma porra de uma empresa de capital estrangeiro, dirigida por um vampiro com fortuna rápida vultuosamente adquirida na época do pútrido Collor.
Sou a favor da revolução diária e sempre tive fortes argumentos contra a revolução armada.
Mas esta situação revoltante me dá vontade de guilhotinar esses malditos vampiros.
Hoje grito a plenos pulmões: Cortem a cabeça de Daniel Dantas! Cortem as cabeças de todo o séquito dos Collor de Mello!
Só a guilhotina nos livrará desses vermes sanguinários que se desenvolveram na podridão política nos anos de 1990 a 1992.

Quem tiver estômago pode conferir o sorriso asqueroso da figura: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u95301.shtml

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Apêndices II

Durante o último feriado do semestre conheci um grande e sujo hospital e me submeti a divertida operação de retirada do apêndice. O apêndice é uma tripa que fica no final do intestino. Minha tripa não estava em nó, porém, distendida segundo a mancha ultrassônica registrada por um médico engraçadinho.
A cirurgia foi um horror. Me sedaram e deixaram os meus peitos despidos até que o médico disse: " _ cobre a moça..." Apaguei. Despertei por um momento no final da cirurgia e zumbizei com as mãos tentando alcançar, sei lá...
Depois perguntei ao médico se esse episódio tinha ocorrido e ele me confirmou sem muito interesse. Quanto ao episódio dos seios expostos, frente a uma exposição intestinal, resolvi deixar pra lá...
O fato é que essa fatalidade me enrolou a vida. Minhas férias tiveram que ser desmarcadas após 3 meses de planejamento e negociação com as companhias aéreas; há 15 dias comecei a trampar numa instituição com a qual venho flertando há 3 anos e como aluna estou no final do semestre. Sem contar que tive que pedir ajuda à minha rabugenta e amarga mãe, que dá uma organizada legal porém cobra um preço altíssimo e não aceita cédulas ou presentes como pagamento.
Faz 13 dias e me recupero mais ou menos. Sinto algumas dores, alguns incômodos, prefiro estar deitada.
Algumas situações bizarras nas minhas relações têm acontecido:
recebi um atestado de 15 dias para o trabalho e 10 dias para a faculdade porém não posso dirigir.
Na manhã logo após a cirurgia avisei por telefone aos meus coordenadores do trabalho (sim, para meu infortúnio tenho um monte de chefes)sobre a cirurgia. 4 dias depois, um deles me solicitou o planejamento das aulas que ele encontraria um substituto. Enviei o planejamento. 7 dias depois ele me manda o telefone do serviço médico da empresa e pede que eu entre em contato com eles. Era sexta-feira a tarde. Como sexta-feira a tarde não é período para se resolver nada, protelei para segunda o telefonema.
A secretária do serviço médico como surto, impôs irredutivelmente que eu tinha que passar por uma perícia e entregar o atestado médico lá na instituição. Eu argumentei que não estava andando, não estava dirigindo, que eu moro num quarto andar só escadas mas essa proletária vendida! foi irredutível e marcou a perícia para terça-feira a tarde. Durante as falas retaliativas da fucking proletária vendida! distigüi os tons dos seus pensamentos. Eles variavam de: "pensa que vai ficar em casa na folga!" até o verbalizado: "_ mas nem tem o número da matrícula e já está de atestado?".
Fiquei ofendida e rebati com: "_Dona Proletária maldita vendida! Eu não fui relaxada com a minha saúde nem estou em casa de firula. O que ocorreu comigo foi uma fatalidade!"
Ela baixou um pouco a bola e agendou para terça a tarde.
Na terça pela manhã recebo o telefonema de outra secretária dizendo que o meu coordenador queria saber se eu já estava disposta a entrar em sala na terça a tarde porque ele estava doente e não poderia me substituir. Fiquei atônita. Será que ninguém está entendendo que estou debilitada? Como dar 4 horas de aula para 20 adolescentes com 2 cortes de 7 cm na barriga e a terrível impressão retumbante de que o médico passou seus dedões na minha cavidade ao final do intestino? Putz.
Pensei: essa é a política da empresa. Foder. Não se engane. Prós: grana. Contras: foder. Decida.
_Beleza proletária vendida II? Porra, o mundo está cheio delas! Tenho que estar aí hoje a tarde para a perícia médica mesmo... entro em sala.
A aula foi legal. Fiquei sentada e os meninos escreveram, leram, jogaram, discutiram e compraram a minha água.
Quando a médica viu meu atestado atrasado esclareceu que eu deveria ter telefonado ao departamento médico e solicitado a sua visita, no hospital ou em casa. Mas que mesmo atrasado, ela poderia ter me visitado na terça.
Quer dizer que eu não era obrigada a estar ali como a vadia vendida proletária impôs.
Aí eu disse que estava em sala de aula e a médica ficou lívida.
"_ Quem é o seu coordenador?
_ É o proletário vendido III. Mas hoje ele está doente e por isso estou aqui. Recebi um telefonema da Vendida II.
_ Quem é o superior a ele?
_ É um carinha legal ali naquela sala."

Ao término da minha aula, passei dar um alô ao carinha legal. Concluimos sensatamente que tudo foi uma comédia dos erros. Como toda boa comédia alguém tem que se foder. Nesta, por enquanto eu que perdi as tripas e fui subjugada por pessoas que deveriam ter optado por uma atitude mais fraternal, objetivar o mundo um pouco mais virtuoso.
Enquanto recupero vou pensando: por que negar os direitos dos seus semelhantes? Por que julgar o bioritmo do outro? Por que ao invés da compaixão e solidariedade, a fragilidade do outro desperta sede de poder, autoritarismo, indignação?
Deixa eu faltar na quarta-feira extra até eu me sentir plenamente recuperada!