quarta-feira, 19 de março de 2008

Polícia para quem precisa

Moro numa rua perpendicular a frente de uma padaria.
Uso o automóvel somente em extrema necessidade e hoje, ao sair com o carro verifiquei que havia um caminhão estacionado na frente da padaria e um carro estacionado na outra margem da rua, na contra mão, na esquina o que impossibilitava a passagem. Buzinei solicitando a passagem.
Havia dois policiais militares tomando café na padaria, eram 8:30 da manhã. Na primeira buzinada ninguém apareceu, mas na segunda apareceu o motorista do caminhão e gritou do outro lado da rua para que eu desse a volta no quarteirão e acrescentou uma palavra de baixo calão ao final da frase. Meu gato desceu do carro para tomar satisfações com o motorista e aí os policiais saíram da padaria, carregando seus copos de café e vieram interceder. Meu gato se acuou e voltou para o carro quando um dos policiais me chamou de “ruim de volante”. Possuo carteira de habilitação desde 1991 e não costumo ter pontos descontados, o que me leva a crer que seu julgamento foi errôneo e movido pelo preconceito por eu ser mulher. Quando argumentei que o carro estava indevidamente estacionado desrespeitando ao menos 2 artigos da lei nacional de trânsito o policial replicou que aqui na nossa comunidade, a PM não segue a lei e sim a política da boa vizinhança e que eu estava errada em não compreender que o comércio não tem vagas para estacionar e que se eu fosse melhor motorista teria manobrado meu carro e passado pelo espaço ínfimo.
Intimidada pela possibilidade de acusação de desacato a autoridade pedi desculpas e fui embora.
A polícia nunca foi uma instituição que tenha me incomodado, mesmo quando o meu carro ou a minha bicicleta foram furtados ou quando o vizinho escutava música no último volume às 3 da manhã em um dia semanal e pedi seu auxílio, mas ela não me ajudou. Nessas ocasiões imaginei que a polícia trabalhava em coisas muito mais complicadas para o meu bem e que os meus problemas não eram importantes o bastante.
Hoje fui desrespeitada enquanto mulher, motorista e cidadã integrante e ativa da comunidade. A imagem que pinto da PM depois do ocorrido é que seus profissionais são mal preparados, preconceituosos e que deformam a legislação sob o nome de “política da boa vizinhança” para beneficiar os que consideram, em particular, como bons vizinhos e para punir os que consideram maus vizinhos, a troco de cafés.
Sendo eu, após o ocorrido, na visão dos PMs que tomam café diariamente na padaria da minha rua, uma péssima vizinha e que se expõe a reclamar do desrespeito a que fui submetida, deveria me preocupar?
Atenciosamente

Essa é uma cópia do email que enviei à ouvidoria da PM. Quando e se houver resposta ela será postada.

http://www.youtube.com/watch?v=SV0DRpMuKXY&feature=related

3 comentários:

Anônimo disse...

Por isso que PM tem que ter, no mínimo, nível superior. Eu mesmo já passei recentemente pela experiência de ter de dialogar com um policial de trânsito e, além de educado, foi compreensivo. No seu caso, os cara foram realmente preconceituosos por ser mulher.
Abs.
Herbert
hhh

Carlota disse...

é, vai ver que os caras nasceram de chocadeira para justificar tamanho desrespeito. hehe
Ainda aguardo a resposta da ouvidoria da PM. Talvez ela chegue com as renas do papai noel.

Anônimo disse...

Quando vai postar novo texto? Fale de sua Páscoa... como vc encara esse lance de ovos de chocolate e tal...