Vinha eu, na minha, no gás, na preferencial quando uma barca branca cuspidora de altíssimas descargas de fumaça preta podre entra abruptamente na minha frente e manobra na curva da rua estreita ocupada por carros estacionados dos dois lados. Freando pensei: Maldita barca gigante!Inversamente proporcional ao pau do seu dono! Porra! "Onde é que há gente nesse mundo?" Cadê a mínima gentileza?
Cuspiu duas baforadas podres na atmosfera, andou 50 metros e estacionou na contra mão. Nesse momento imaginei que sentiria prazer em ver o cara agonizando no grande congestionamento do Loyola Brandão.
Definitivamente os usuários de bicicletas não são respeitados. Não somos respeitados no trânsito; quando precisamos estacionar em algum estabelecimento nem quando temos que guardar a bike nos prédios residenciais.
Uma vez morei num prédio só guardava no bicicletário bikes imóveis porque dava muito trampo pro porteiro abrir o bicicletário e a chave tinha que ficar guardada no cú de alguém que inventou a burocracia e fucks... como a minha era utilizada todos os dias eu tinha que subir carregando 3 andares de escadas.
Respeito o direito de usar o carro pra passear; conquistar um tipo de gatinha; sublimar grilos físicos; emocionais; subjetivos; definir-se, mostrar estatus e até o direito egoísta de ir de carro para a padaria. Só gostaria de pedalar dizendo bom dia e não sendo ameaçada de morte por pessoas que se confundem com as máquinas.
Baforadas de oxigênio, o Tim Armstrong cantando parecido com reguizinho e a marcha pesada somados ao meu medo católico me fizeram acalmar os nervos, parar de pensar o mal às pessoas e pedir perdão por ter acrescentado ao cosmos coisas negativas e perversas.
Tudo bem até amanhã, no próximo pedal.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário