segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

ainda sobre bike

Vinha eu, na minha, no gás, na preferencial quando uma barca branca cuspidora de altíssimas descargas de fumaça preta podre entra abruptamente na minha frente e manobra na curva da rua estreita ocupada por carros estacionados dos dois lados. Freando pensei: Maldita barca gigante!Inversamente proporcional ao pau do seu dono! Porra! "Onde é que há gente nesse mundo?" Cadê a mínima gentileza?
Cuspiu duas baforadas podres na atmosfera, andou 50 metros e estacionou na contra mão. Nesse momento imaginei que sentiria prazer em ver o cara agonizando no grande congestionamento do Loyola Brandão.
Definitivamente os usuários de bicicletas não são respeitados. Não somos respeitados no trânsito; quando precisamos estacionar em algum estabelecimento nem quando temos que guardar a bike nos prédios residenciais.
Uma vez morei num prédio só guardava no bicicletário bikes imóveis porque dava muito trampo pro porteiro abrir o bicicletário e a chave tinha que ficar guardada no cú de alguém que inventou a burocracia e fucks... como a minha era utilizada todos os dias eu tinha que subir carregando 3 andares de escadas.
Respeito o direito de usar o carro pra passear; conquistar um tipo de gatinha; sublimar grilos físicos; emocionais; subjetivos; definir-se, mostrar estatus e até o direito egoísta de ir de carro para a padaria. Só gostaria de pedalar dizendo bom dia e não sendo ameaçada de morte por pessoas que se confundem com as máquinas.
Baforadas de oxigênio, o Tim Armstrong cantando parecido com reguizinho e a marcha pesada somados ao meu medo católico me fizeram acalmar os nervos, parar de pensar o mal às pessoas e pedir perdão por ter acrescentado ao cosmos coisas negativas e perversas.
Tudo bem até amanhã, no próximo pedal.

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