Dormimos cedo e saimos cedo para chegarmos cedo em casa. Enfrentaríamos 12 horas de viagem de carro no mesmo dia.
Entre São Joaquim da Barra e Itaiutava (quase na metade do caminho) atropelamos um cachorro vira lata grandão, tipo labrador, com aquela cor de terra. O pai estava dirigindo e foi a sorte porque ele manteve os braços fortes. Se fosse eu, provavelmente teria desviado para o lado e batido no carro que estava exatamente alí ou teria brecado e perdido o controle ou teria jogado o carro no vão da pista ou no buraco da tesourinha e sabe lá mais o quê...
Prá ajudar a cadela ficou parada olhando nos meus olhos (eu olhei nos dela) e pegou bem no meio do carro. Estourou o radiador, quicou 3 ou 4 vezes na pista e morreu.
Fiquei chocada, em pânico. Tentei mentir para a pequena que viu tudo: "está tudo bem. Era uma pedra." e algumas outras palavras desconexas ela, por sua vez, prontamenete me esclareceu a situação: "o cachorro estava atravessando, o carro bateu, ele morreu. "
Graças a Deus estamos todos bem, menos o cachorro.
Em poucos minutos chegou o resgate do pedágio que fica na estrada. O seguro resolveu bem as coisas mas tivemos que passar a noite em São Joaquim da Barra.
Cidade bonita, grande arrecadação de impostos, população bem vestida, igreja na praça cheia. Enquanto tranquilizava minha mãe no orelhão, o pai e a pequena foram a igreja para agradecer por nossas vidas e tals. Igreja bonita com 3 imagens enormes. Uma de São Francisco com os pombinhos nas mãos. Durante nosso turismo forçado fomos seguidos por vários cachorros vira-latas, como essa cadela que quase nos matou. Não quero o extermínio dos vira latas mas também não quero correr risco de morte pela crença de uma cidade os têm as centenas.
Cruzamos pessoas legais, preocupadas e solícitas. Não nos faltou nada. Chegamos muito bem ontem. Cansados mas bem. A pequena aguentou firme sem lamúrias, choros ou desobediências. Ganhou um cavalo de vassoura do posto beira da estrada que ela almejava há muito tempo. Seu nome é Pé de pano.
O carro ficou em São Joaquim para conserto e voltaremos para buscá-lo sabe-se lá quando.
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